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Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira (10), o prefeito em exercício Walmor Berretta Júnior solicitou que a concessionária Águas de São Francisco do Sul apresentasse quais as medidas que adotará para garantir o fornecimento de água durante o restante da temporada no município, entre outras ações. “A população precisa saber quais as providências que a concessionária adotará a curtíssimo, curto, médio e longo prazo. Além dos dados que a empresa vai apresentar, o importante é falarmos sobre o que o aconteceu e o que vai ser feito. A população francisquense, o Executivo e o Legislativo exigem essas respostas”, disse Walmor.
Atendendo à solicitação, a diretora presidente da empresa, Reginalva Mureb, elencou cinco ações imediatas: disponibilização de 10 caminhões pipa nos períodos de pico de alta temporada à disposição do município incluindo um de prontidão na ETE do Majorca; distribuição de 200 caixas d’água com capacidade de 350 a 500 litros para famílias de baixa renda nas localidades onde houve escassez de abastecimento cujos critérios serão pré-estabelecidos; aumento de empregados no call center de seis para 12 pessoas nos períodos de pico de abastecimento; a elaboração de um estudo com estimativa de entrega para o dia 1º de março visando atendimento da população de veraneio, considerando alguns cenários; e a análise das pessoas que não tiveram o abastecimento de 10 metros cúbicos (tarifa mínima) para fins de compensações no faturamentos, cujo critérios serão estabelecidos pelo grupo de estudo. O estudo visando o atendimento da população durante a temporada de verão foi solicitado pelo poder público, para que atenda uma população para além do que está previsto no atual plano municipal de saneamento.
Participaram da reunião o presidente da Câmara, Álvaro José Siebers e os vereadores Dioclésio Izidoro Antunes, Edson Eduardo Rita, João Carlos de Miranda, Salvador Luiz Gomes e Wilson Ledoux Batista. Do Executivo municipal, estiveram presentes os secretários de Governo, Marcos Arzua; de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Claudio Pereira dos Santos; de Turismo, Jamille Machado Douat; de Meio Ambiente, Gabriel Conorath; do Seinfra, Marcelo Lúcio Costa; da Gestão Municipal de Convênios, Angelo Pereira Costa; e a procuradora geral do município, Giulliana Capaldo, além do diretor presidente da Samae, Hilton Rodrigo Schetz.
Segundo o coordenador de Operações da Águas de São Francisco do Sul, Vitor Vilela Aroeira, a empresa trabalhou considerando uma estimativa de pessoas na cidade acima dos dados contratuais. De acordo com Reginalva Mureb, a projeção de pico de população a ser atendida que consta no contrato de concessão para 2019/2020 previa 110 mil pessoas. “Estamos aqui para atender a população, e vimos que essa o plano municipal de saneamento precisa de atualização pelo poder público”, afirmou a diretora presidente, que anunciou que empresa investiu R$ 6,7 milhões em 2019 no aumento da capacidade de captação e distribuição da água.
O secretário Claudio Pereira dos Santos questionou o fato de que, mesmo com os investimentos feitos, o sistema de abastecimento ter colapsado em apenas 15 dias, que foi o período da estiagem no mês de dezembro e início de janeiro. “O argumento principal da concessão realizada na administração anterior foi de que a Samae não tinha capacidade de investimento. Nestes seis anos, vocês dobraram o faturamento e a tarifa e não investiram em capacidade de reservatório e captação. Estão, basicamente, utilizando a mesma estrutura que receberam”, disse. Reginalva contrapôs dizendo que, a partir do que aconteceu, a empresa vai repensar a questão dos mananciais. “Estamos assumindo que precisamos tomar outras ações quanto à produção de água”, disse ela.
Segundo a secretária de Turismo, Jamille Douat, as medidas para a garantia do fornecimento de água precisam ser prontamente adotadas para que a atividade turística e a população não venham a ser prejudicadas no restante da temporada, durante o Carnaval e no próximo verão. Os vereadores, que deverão instaurar uma CPI sobre a falta de água na virada do ano, manifestaram sua contrariedade com relação à atuação da concessionária no município.
Ao final da reunião, ficou definida a composição do Grupo de Trabalho que irá elaborar, junto com a Águas de São Francisco do Sul, o estudo para a ampliação dos reservatórios e da capacidade de captação para que não ocorram os problemas de desabastecimento: dois representantes da concessionária, dois da Samae, dois da Câmara de Vereadores (um vereador e um técnico); três da Prefeitura (um do governo, um Seinfra e um da Secretaria de Meio Ambiente), um representante do Conselho de Meio Ambiente e um da Aris, a agência reguladora. A primeira reunião do grupo de trabalho deve acontecer na próxima semana.